4 DE MAIO ALANDROAL

Ontem dia 4 de Maio fui até ao Alandroal, uma vila muito bonita ,ou não fosse ela a vila que viu nascer a minha querida mãe. Sempre que lá vou me sinto feliz pois recordo os momentos bons que lá passei.

Assim que cheguei fui ao cemitério prestar homengem à minha mãe e restantes familiares que lá se encontram, depois fui dar um passeio pela vila e recordar passo e passo todas as brincadeiras que ali tinha com as minhas primas. Passei pela casa onde morava a minha avó, ali recordei os tempos em que ia de férias e ali ficava.

Recordo as férias da Páscoa em que eu ia e assistia à azafama que ali existia. a minha avó tinha um forno onde cozia pão para o povo, mas nesta altura o forno se enchia de bolos e os belos assados de borrego, depois eram os fregueses a irem buscar as suas coisas e eu e as minhas primas ajudavamos a minha avó e o meu tio Zé que eram os donos deste forno comunitário, era uma alegria e um prazer saboriar estas maravilhas que se faziam nesta Quadra Festiva.

Quando chegava noite já todos cansados nos sentavamos à lareira que se encontrava numa chaminé enorme e aí eu e minhas primas ouviamos as histórias que a nossa avó nos contava, era uma velhinha muito querida de cabelos brancos, pele muito macia e uns olhos grandes, era a tipica avó de outros tempos. Era uma casa farta e cheia e eu adorava passar lá as minhas férias.

Ontem recordei tudo isto mas foi com nostalgia que me lembrei da ultima vez que vi a minha santa avó, foi no dia 2 de Novembro de 1968, quando ela ficou à porta de casa a fazer-me adeus, pois eu vinha de volta para a minha casa e trazia numa alcofa uma galinha que ela me tinha dado para a minha mãe fazer o almoço no dia dos meus anos que era no dia 5 de Novembro.

Ela partiu tinha 90 anos, foi no dia 13 de Fevereiro de 1969, já era velhota, mas quando são nossos nunca são velhos. É bom termos estas coisas boas para recordar, trazem nostalgia mas a vida é assim, de vez enquando vamos ao baú e tiramos para fora as boas recordações que vivemos nesta vida.